Pular refeições nunca foi uma opção, muito menos o desjejum e pior ainda, o das crianças! Sim, a vida está corrida, fim de ano batendo à porta, rotina escolar alterna últimas provas com atividades comemorativas, demanda no trabalho aumenta e, o planejamento anual se aproxima nos levando ao esgotamento físico e mental. Então, para acomodar todos os extras na rotina, passamos a eliminar o que é possível para ganhar um tempinho a mais nas 24 horas. E muitos de nós, pais, pulam o café da manhã para dormir uns minutinhos a mais, ganhar tempo no trânsito, evitar o rodízio de veículos, ou simplesmente porque já fazem disso um ‘mal’ hábito. Mas isso, somos nós com nossas agendas e os pequenos? Precisam entrar nessa loucura?
Durante o sono, o organismo reduz o metabolismo e consome reservas energéticas. Repor os nutrientes assim que o dia começa faz o corpo recuperar o combustível necessário para reativar nossas funções metabólicas, evitando assim queda nos níveis de açúcar e falta de energia.
De acordo com uma pesquisa feita na Espanha com os pais de 3.772 crianças, publicada no portal ‘Frontier in Nutritivo’, pular o café da manhã três vezes ao longo da semana pode afetar a saúde mental das crianças. Informações sobre o humor, a autoestima e ansiedade dos participantes, assim como o que comiam e onde realizavam o desjejum foram o alvo da pesquisa e foi constatado que as crianças sem o café da manhã tinham 3,29 vezes mais chances de desenvolver problemas comportamentais como estresse, depressão e ansiedade em comparação às que se alimentavam no desjejum. Alunos que pulam a primeira refeição do dia costumam se distrair com facilidade, desistir rapidamente das tarefas e mostrar sinais de cansaço antes do recreio.
Os riscos à saúde física, além da mental, também são fontes de inúmeras pesquisas de sobrepeso, diabetes e obesidade infantil. Evitar os alimentos ultraprocessados (bolachas recheadas, cereais matinais, bolinhos prontos, sucos de caixinha) e embutidos (presunto, mortadela…) faz toda a diferença no crescimento dos pequenos. Dê preferência a uma alimentação variada, colorida e prática. Frutas da estação, sucos naturais, vitaminas, iogurtes, pães, queijos, cereais saudáveis (granola, aveia, nozes, frutas secas), geleias e bolos caseiros. Claro, limitando quantidades e preservando qualidade.
Sem contar que, começar o dia com um cheirinho de café pela casa, pãozinho pulando na torradeira esperando a manteiga derreter e uma boa caneca de leite quente faz bem para corpo, mente e família. Nesse momento, as crianças podem colaborar e participar, arrumando a mesa, servindo seu próprio cereal, e compartilhando informações do dia que está por vir. Podemos juntos, organizar a agenda de cada um, programar as atividades, conversar, apoiar, incentivar e fortalecer vínculos. Afinal, quando se trata de comida não cuidamos apenas do nosso corpo, mas construímos memórias em nossa alma.
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