A Síndrome da Morte Súbita de Lactentes (SMSL), também conhecida como morte do sono ou berço da morte, afeta bebês aparentemente saudáveis e pode ocorrer com até um ano de idade, tendo maior incidência de casos investigados entre dois e sete meses de vida do bebê.
Os motivos que levam a manifestação da síndrome são pautas de muitos estudos científicos, incluindo as causas que alteram a respiração e cardiologia da criança e conduz a sua morte inesperadamente. O diagnóstico de SMSL só é dado após investigações minuciosas e, até, autopsia para que se alegue a falta de enfermidades e ou doenças que provocaram o óbito. Vale dizer também, que é importante assegurar um local apropriado de sono para os bebês, no qual não tenham acessórios, cobertas e ou objetos que possam obstruir a sua respiração. O mesmo vale para protetores de berços, dos quais, mesmos amarrados, podem evitar a circulação do oxigênio no local onde o bebê dorme e, desta forma, promover maior inspiração de gás carbónico.
Como ocorre e em qual proporção:
Acontece durante o sono e, segundo pesquisas realizadas em diversos países, não promove sons, ruídos e ou qualquer gesto característico que possa identificá-la enquanto ocorre, tão pouco é possível determinar o momento/horário mais provável – inicio do sono ou quando a criança já está em estágio de hibernação. A SMSL está associada a falta de oxigênio (apneia) que pode ser provocada de maneira mecânica por objetos, posicionamento errado da criança e, também, por roupas em excesso; ou fisiológica, sem causa aparente e ou enfermidades que atestem a morte.
Estima-se que a síndrome da morte súbita em lactentes ocorre, falando em números, em uma para cada dez mil crianças. Porém, esses parâmetros não são seguros para afirmativas e podem ser relativos dentro do contexto entre uma nação e outra. Os casos de SMSL tendem a aumentar no inverno e são mais comuns em crianças com nascimento prematuro, doenças genéticas e mães fumantes – antes e após o parto. O que sabemos e podemos indicar é que existem grupos de riscos propensos à síndrome da morte súbita.
Principais riscos:
- A mulher não realizar acompanhamento médico durante a gravidez e não fazer todos os exames de pré-natal.
- Fumar durante e após a gestação são agravantes para ocorrer casos de SMSL, assim como expor o bebê ao cigarro.
- Pelúcias, edredons e assessórios no berço não são recomendados para a segurança da criança.
- Mães menores de 20 anos também foram motivos de estudos para casos de crianças que morreram decorrentes da Síndrome do Mal Súbito de Lactente.
- Existem maiores riscos quando os bebês dormem na cama com os pais (cama compartilhada) e ou em posição de bruços, que obstrui e dificulta a respiração.
Cuidados possíveis de se aplicar:
- Evitar berços com muitos acessórios. O local deve ter um colchão firme, com lençol apropriado e ajustado ao tamanho e não é necessário travesseiro.
- O berço deve ser vazado para a circulação do ar e renovação de oxigênio.
- Evite pelúcias, assessórios, brinquedos, itens com cordões (enforcamento) e muitas cobertas para aquecer a criança, especialmente nos dias mais frios – isso pode provocar superaquecimento, estresse e a SMLS também.
- Colocar o bebê em posição de supino (barriga para cima) é o mais indicado. Quando existe um quadro de refluxo infantil, é recomendado que os pais recebam orientações do pediatra para adequar o posicionamento da criança.
- Evitar bebidas alcoólicas, sedativos e drogas durante e após a gestação são fundamentais para garantir uma gestação tranquila e possíveis casos de SMSL.
- Na dúvida de como agir, sempre converse com o pediatra e nunca opte por conselhos de pessoas leigas. O pediatra é o profissional mais indicado para oferecer segurança no diagnóstico, assim como nos procedimentos que garantam maior segurança para evitar a Síndrome da Morte Súbita em Lactentes (SMSL) e outras causas de morte relacionadas ao sono.
Dicas:
1) Local onde a criança dorme:
Evite todo e qualquer assessório dentro do berço, o que inclui os protetores “fofos” que decoram a parte interna e externa. Opte por um colchão firme e com lençóis justos para não enrolar ou soltar quando a criança estiver dormindo. O berço pode ser substituído por um berço portátil ou moisés, seguindo os mesmos padrões do berço quanto a segurança e espaço livre de obstáculos. Também, evitar o uso de carrinhos, cadeirinhas, bebê conforto ou sling para fazer o bebê dormir e ficar neles por muito tempo, especialmente crianças menores de 4 meses de vida, pois podem ficar em má postura, causando asfixia ou sufocamento e consequentemente a SMSL. Quando usado o sling, tome cuidado para não obstruir o nariz e a boca do bebê, do qual a cabeça deve sempre estar livre. O mesmo vale para cobertores, lenços e toucas de proteção no inverno. Recomendamos que a criança durma no quarto com os pais até o primeiro ano de vida, mas não na mesma cama, pois os riscos de sufocamento e aprisionamentos são grandes e podem levar a Síndrome da Morte Súbita do Lactente.
2) Rotina com o pediatra:
A partir do nascimento da criança, entre 7 e até no máximo 10 dias, agende a primeira consulta com o pediatra para avaliação completa do estado de saúde, assim como das condições de saúde do bebê. Mantenha uma rotina saudável e adequada para cada faixa etária da criança, conforme recomendado pelo especialista. Também, certifique-se sobre as vacinas e períodos em que devem ser tomadas para manter a criança sempre protegida de diversas doenças e infecções.
3) Aleitamento Materno ajuda a prevenir a SMSL:
O aleitamento materno é essencial para garantir saúde e qualidade de vida para o bebê e contribui, inclusive, para evitar a SMSL e distúrbios do sono. Quanto maior for o período de amamentação, melhor serão os resultados.
4) Outras recomendações:
– Quando são irmãos gêmeos e ou múltiplos, devem colocá-los em camas separadas. O mesmo vale em creches e berçários – as crianças devem dormir separadas e sempre sob supervisão.
– A chupeta é indicada na hora do sono, segundo pesquisas, para ajudar a minimizar as chances de Síndrome de Morte Súbita do Lactente (SMSL), mesmo que caia no decorrer da noite, não precisa ser recolocada.
– Nunca use produtos e ou artifícios que se apresentem como protetores de ocorrências da SMSL, assim como usar monitores cardiorrespiratórios para reduzir o risco de morte súbita, pois não existem comprovação de que sejam eficazes para esta finalidade.
– Não viva na neurose, acreditando que a criança pode sofrer da síndrome a qualquer momento. Lembre-se que todas as dicas são importantes e mantenha-se presente nos cuidados e, principalmente, no carinho com o bebê. O toque e a troca de afeto contribuem para melhorar a imunologia da criança e seus anticorpos.
Fonte: Dra. Priscila Zanotti Stagliorio/ Foto: Divulgação