Uma nova pesquisa aponta que a pré-eclâmpsia – complicação na gravidez caracterizada por pressão arterial elevada e danos potenciais de órgãos – está ligada a problemas oculares na mãe, mais tarde na vida.
Pesquisadores canadenses acompanharam mais de um milhão de mulheres que tiveram bebês, em Quebec, entre 1989 e 2013, das quais 64.350 receberam um diagnóstico de pré-eclâmpsia. Em seguida, eles continuaram o acompanhamento dessas pacientes ao longo dos anos.
“Após ajuste por idade, situação socioeconômica, diabetes, hipertensão, obesidade e outros fatores que podem afetar a visão, eles descobriram que, em comparação com mulheres que não tiveram pré-eclâmpsia, durante a gravidez, as que tiveram têm 1,6 vezes o risco de descolamento de retina e quase o dobro do risco de outras doenças da retina. O aumento do risco começou logo após o parto e cresceu de forma constante ao longo de 15 anos de acompanhamento do estudo. Mulheres com pré-eclâmpsia, no início da gravidez, apresentavam maior risco do que aquelas cuja pré-eclâmpsia começou mais tarde”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion (CRM-SP 13.454), diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.
“A pré-eclâmpsia é um bom indicador de doença crônica mais tarde na vida. As mulheres que tiveram pré-eclâmpsia devem adotar estilos de vida saudáveis para ajudar a reduzir o risco de doença crônica, incluindo o risco de doença ocular”, alerta a oftalmologista Meibal Junqueira (CRM-SP 131.404), que também integra o corpo clínico do IMO.
Fonte: IMO/ Foto: Divulgação