‘Brincadeira de criança como é bom”… foi um famoso hit nos anos 90 e passou?! Naquela época, as crianças realmente eram crianças. Pular corda, esconde-esconde, passa anel… já era? Ou melhor, ‘o que era’? Essa é a pergunta que muitas crianças de hoje têm feito quando se deparam com histórias de uma época não tão remota.
Com o incentivo cada vez mais intenso aos jogos on line, aplicativos, redes sociais, telas e mais telas estão presentes na rotina dos pequenos, e olha, bem pequenos mesmo! Não que devemos proibir tal prática, nem seria possível, mas o excesso tem contribuído para um crescimento torrencial de doenças físicas e mentais.
De acordo com a Sociedade Americana de Pediatria, ‘brincar é o melhor remédio’ e sim, até mesmo foi orientado aos profissionais que receitassem brincadeiras diárias às crianças em seus consultórios. Nas brincadeiras livres, quando as crianças se envolvem espontaneamente, desenvolvimento mental e social são automaticamente estimulados. Elas mexem com as funções associadas ao processo de aprendizado, estimulam a linguagem, o relacionamento e a capacidade de resolução de problemas.
Pesquisas listadas nessa orientação americana revelam que brincar refina a atividade do córtex pré-frontal, a região relacionada às características psicológicas e às funções executivas, e aumenta a neurogênese — a formação de neurônios — e a liberação de neurotransmissores ligados à
sensação de prazer e bem-estar. Brincar é também atalho contra o estresse, o que tem dado muito o que falar nessa geração.
Segundo a Academia Americana de Pediatria, as brincadeiras são divididas em quatro categorias:
- Brincadeiras com objeto: quando a criança explora formato e textura do que está ao seu redor aguça sua criatividade e habilidade motora.
- Brincadeira física: aqui se encaixam as brincadeiras de palminhas, “achou”(que os pais fazem com os bebês), corridas, pulos ajudam a compreender os limites do corpo, identificar perigos e a desenvolver a coordenação motora.
- Brincadeiras ao ar livre: o contato com a natureza ajuda na integração sensorial da criança. Ao perceber diferentes texturas, temperaturas e ambientes, ativa a coordenação motora fina e grossa e se vê como parte do ambiente à sua volta.
- Brincadeira social ou faz de conta: simulações como essas desenvolvem a capacidade de abstração e a criatividade, bem como preparam para as negociações com as pessoas de seu convívio.
Para a Sociedade Brasileira de Pediatria até os 2 anos a criança não deve ser exposta a telas, dos 3 aos 5 anos, recomenda-se que o tempo diário de tela não ultrapasse 2 horas. E, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a partir dos 5 anos deve fazer ao menos uma hora de atividade por dia até a adolescência. E como as crianças de hoje estão entrando cada vez mais cedo na adolescência, cabe a nós, pais, orientar, estimular, inventar, e nos divertir com elas!
Fonte: SBP/ Foto: Divulgação